O enxofre era esquecido no Brasil até que Malavolta em 1950 defendeu e pesquisou com outros nomes a resposta das culturas sob a adubação com S. A quantidade de enxofre na crosta terrestre varia consideravelmente, geralmente de 0,01% a 0,1% de enxofre total. Os silicatos normalmente têm menos de 0,01% de enxofre, enquanto as rochas ácidas contêm mais de 0,01% e as básicas mais de 0,1%. Em rochas sedimentares, os teores de enxofre são aproximadamente 0,02% em arenitos, 0,13% em calcários e 0,22% em argilitos, folhelhos e ardósias. O enxofre nas rochas geralmente se encontra na forma de sulfetos metálicos (como Fe, Pb, Mn, Ni Cu) encontrados em rochas plutônicas. Com a intemperização, esses sulfetos se oxidam para sulfatos, frequentemente com a intervenção microbiana. Em regiões áridas, o enxofre pode ser concentrado como sais solúveis de Ca, Na, por exemplo, ou na forma insolúvel. Também pode ser reduzido a sulfeto e sulfito. Em áreas com muita chuva, pode ocorrer lixiviação e transporte até sedimentos marinhos. Na atmosfera, o enxofre aparece como dióxido de enxofre (SO2), ácido sulfúrico, gás sulfídrico (H2S), metilmercaptano (CH3SH) e outros produtos. Aproximadamente 70% do dióxido de enxofre é originado da queima de carvão, óleo e gás natural, enquanto 16% vêm dos escapamentos de veículos, 4% das refinarias de petróleo e 10% das fundições de metais. A maior parte do S nas células de vegetais superiores deriva do sulfato (SO4 2-) absorvido via um transportador 3H+/SO4 2- do tipo simporte presente na membrana plasmática. As funções que o S desempenha na planta podem ser classificadas em dois grandes grupos: estruturais e metabólicas, onde: Estruturalmente, os compostos de enxofre são essenciais para a formação e estabilização das proteínas, fornecendo ligações de dissulfeto que contribuem para a sua estrutura tridimensional. Além disso, esses compostos estão envolvidos na estabilização de estruturas secundárias e terciárias das proteínas por meio de ligações de hidrogênio e interações hidrofóbicas. Estão também presentes em componentes importantes das membranas celulares. No âmbito metabólico, o enxofre é necessário para o funcionamento de diversas enzimas, pois grupos sulfidrilos em proteínas enzimáticas servem como locais de ligação para substratos, sendo essenciais para várias reações metabólicas, especialmente no metabolismo de carboidratos. Além disso, compostos de enxofre como tiamina, ácido lipoico, CoA e S-adenosil metionina atuam como coenzimas ou cofatores em reações metabólicas importantes, como a oxidação de ácidos graxos e a transmetilação. A falta de enxofre pode ter impactos significativos no metabolismo das plantas, incluindo a redução na fotossíntese, na síntese de proteínas e na fixação de nitrogênio. Em resumo, o enxofre é essencial para a estrutura e função das proteínas, bem como para o funcionamento adequado do metabolismo vegetal.
O enxofre é encontrado amplamente nos alimentos como um constituinte da proteína. O mesmo é componente dos aminoácidos sulfurosos como a metionina, cistina, homocisteína, cisteína, taurina e de vitaminas importantes, também é nutriente essencial para a síntese de aminoácidos pela população microbiana, estimulando assim a fermentação dos carboidratos estruturais. As exigências de enxofre são principalmente para suprimento adequado e maximização da síntese microbiana no rúmen, sendo recomendada a concentração de 0,2% de enxofre dietético para aumentar ao máximo a retenção de enxofre através da síntese de cistina e metionina. As fontes de enxofre utilizadas são o sulfato de amônio e o sulfato de cálcio. Dessa forma, dietas deficientes em enxofre ocasionam a depressão da síntese de proteína microbiana e favorecem o acúmulo de ácido lático no rúmen. Os principais sintomas da falta do mesmo são o retardo no crescimento devido à deficiência de aminoácidos para a síntese proteica, a baixa produção de lã em carneiros e a permissão do desenvolvimento de micro-organismos no rúmen que não utilizam o lactato.
MINERAIS QUE POSSUEM ENXOFRE EM SUA COMPOSIÇÃO:
Calcopirita, Enxofre, Estibinita, Olivina, Pirita, Rosa das areias , Barita, Bornita, Gipsita.
REFERÊNCIAS:
BERCHIELLI TERESINHA, Telma; VAZ PIRES, Alexandre; DE OLIVEIRA, Simone Gisele. Nutrição de Ruminantes. Editora FUNEP, 2011. vol. 2, pág. 351, Março, 2024.
FERNANDEZ, Manlio S. Nutrição mineral de plantas. SBCS, 2006.
MALAVOLTA, Eurípedes. Manual de nutrição mineral de plantas. Pavilhão de Chimica, ESALQ: CERES, 2006.
ROGÉRIO DE PAULA LANA, Nutrição e alimentação animal (mitos e realidades), Viçosa: UFV, vol. 2, pág. 107-108, 05 de abril de 2024.