OBJETIVO: Discutir os principais conceitos da morfologia do solo, como cor, textura e consistência; e evidenciar, na prática, as características de três tipos de solo com atributos distintos (arenoso, argiloso e orgânico), tanto em condições secas quanto úmidas.
MATERIAS NECESSÁRIOS PARA EXECUÇÃO DA ATIVIDADE:
Amostra de solo argiloso seco;
amostra seca de solo arenoso;
amostra seca de solo orgânico: coletar onde há folhas em decomposição, presença de matéria orgânica;
Duas caixas plásticas de cor escura (preta), com dimensões aproximadas de 40 cm de comprimento, 30 cm de largura e 25 cm de altura;
6 recipientes plásticos como potes de sovertes;
rolo de macarrão ou garrafa de vidro;
peneira;
EVA (opcional), caso deseje utilizá-lo para fins decorativos;
TNT preto;
pistola de cola quente;
estilete;
papel toalha.
PROCEDIMENTOS: Com a caixa plástica virada de cabeça para baixo, divida a base em quatro partes iguais, formando quatro quadrados. Em seguida, identifique o ponto central de cada quadrado e desenhe um círculo com cerca de 5 cm de raio (10 cm de diâmetro) utilizando um compasso. Corte os quatro círculos cuidadosamente.
Os buracos devem ser cobertos com tecido TNT preto, com o objetivo de dificultar a visualização do conteúdo dentro da caixa. Corte tiras de TNT com 30 cm de largura por 12 cm de altura. Posicione cada tira de modo que 80% fique para dentro da caixa (formando um túnel) e 20% para fora. Fixe a parte superior do tecido com cola quente.
Se desejar, a caixa pode ser decorada com EVA nas laterais, representando o perfil do solo, e grama artificial na tampa para um acabamento mais atrativo.
Prepare as amostras de solo da seguinte forma:
Coloque metade da amostra de solo argiloso seco em um recipiente, sem desfazê-lo. Repita o mesmo para as amostras de solo arenoso e orgânico. Assim, você terá três amostras de solo seco com estrutura natural.
Com a outra metade das amostras, triture o solo utilizando um rolo de macarrão e passe por uma peneira. Em seguida, adicione água gradualmente até formar uma massa pastosa. Faça esse processo com todas as amostras. Assim, você terá três amostras de solo úmido.
As seis amostras (três secas e três úmidas) serão dispostas no fundo da caixa sensorial.
Durante o experimento, os alunos, com os olhos vendados com uma faixa fina de TNT preto, introduzirão as mãos nos orifícios da caixa sensorial para tocar as amostras de solos secos. Em seguida, repetirão o mesmo processo com a caixa contendo as amostras de solos úmidos.
A cada interação, os alunos devem utilizar papel-toalha para limpar as mãos antes de passar para a próxima amostra. Eles devem descrever as sensações táteis percebidas, como pegajosidade, presença de folhas, textura, entre outros. Ao final, as caixas serão abertas para revelar os diferentes tipos de solo utilizados no experimento.
CONCLUSÃO: O objetivo do experimento é possibilitar ao aluno o reconhecimento das características morfológicas do solo por meio do manuseio e da observação sensorial, utilizando principalmente o tato e a visão. Os aspectos observados incluem cor, textura, estrutura, porosidade e consistência do solo.
A cor do solo é determinada com base na Carta de Munsell, um sistema de classificação que permite comparar tonalidades. A coloração do solo está relacionada à presença de minerais como ferro (Fe), manganês (Mn) e à quantidade de matéria orgânica.
Solos escuros, variando do marrom ao preto, geralmente indicam alta presença de matéria orgânica. No entanto, é importante destacar que solos escuros nem sempre significam alta fertilidade química, pois a cor da matéria orgânica pode se sobressair mesmo em solos pobres em nutrientes.
Solos com coloração avermelhada ou amarelada costumam apresentar óxidos e hidróxidos de ferro. Já os solos acinzentados indicam baixa drenagem e presença frequente de água, como ocorre em ambientes encharcados (hidromórficos), comuns em várzeas e igapós.
textura do solo, a textura ao qual e perceptível pelo tato se refere-se á proporção de granulometria das partículas que compõem o solo. As frações granulométricas que compõe o solo dividem-se em areia, silte e argila, em que a areia é mais grossa a argila é mais fina, o individuo pode sentir o toque mais áspero (arenoso), sedoso (siltoso) ou pegajoso e fino (argiloso)
a estrutura refere-se à forma como as partículas primárias (areia, silte e argila) se organizam em agregados. Esses agrupamentos ocorrem devido aos processos de formação do solo e suas propriedades físico-químicas. A estrutura do solo pode influenciar diretamente a aeração, infiltração de água e desenvolvimento radicular.
A consistência do solo determina sua resistência à manipulação ou à aplicação de força em diferentes estágios de umidade. Em outras palavras, a consistência é resultado das forças de coesão e adesão entre as partículas que compõem o solo.
A coesão é a força de atração entre partículas iguais — no caso, entre as partículas do solo. Quando o solo está seco, a coesão é máxima, o que se manifesta pela dureza do solo. Por outro lado, quando o solo está molhado, a força de adesão (atração entre partículas diferentes, como solo e água) é predominante, sendo percebida pela pegajosidade.
Solos com maior teor de argila tendem a apresentar maior coesão e adesão. No entanto, altos teores de silte e areia muito fina também influenciam essas propriedades, favorecendo, por exemplo, o encrostamento da superfície do solo.
A consistência pode ser avaliada em três níveis de umidade:
Seco: para observar a dureza;
Úmido: para analisar a friabilidade (facilidade de desagregação);
Molhado: para verificar a plasticidade e a pegajosidade.
EXERCICÍOS:
1. (V/F) Solos escuros são sempre férteis quimicamente.
Gabarito: Falso
Correção: a cor escura indica alta matéria orgânica, mas não necessariamente alta fertilidade química.
2. (Múltipla escolha) A textura do solo está relacionada:
a) À proporção entre areia, silte e argila
b) À coloração do solo
c) À presença de óxidos de ferro
d) À porosidade superficial
Gabarito: a) À proporção entre areia, silte e argila
3. (V/F) Solos com coloração acinzentada geralmente estão associados a ambientes bem drenados.
Gabarito: Falso
Correção: solos acinzentados indicam baixa drenagem e ambientes encharcados.
4. (Múltipla escolha) Quando o solo está seco, qual força predomina em sua consistência?
a) Aderência
b) Adsorção
c) Coesão
d) Capilaridade
Gabarito: c) Coesão
5. (V/F) A estrutura do solo influencia a infiltração de água e o desenvolvimento das raízes.
Gabarito: Verdadeiro
6.Explique como a cor do solo pode indicar características químicas ou físicas importantes.
Gabarito esperado: A cor do solo está relacionada à presença de minerais como ferro e manganês, e à quantidade de matéria orgânica. Solos escuros indicam maior teor de matéria orgânica, solos avermelhados/amarelados indicam presença de óxidos de ferro e solos acinzentados indicam má drenagem e ambientes encharcados.
7.Descreva como a textura do solo pode ser identificada por meio do tato.
Gabarito esperado: A textura é percebida pelo toque e está ligada ao tamanho das partículas: solos arenosos são ásperos, siltosos são sedosos, e argilosos são pegajosos e finos.
8.Qual a diferença entre coesão e adesão no solo?
Gabarito esperado: Coesão é a força entre partículas iguais (solo com solo), predominante quando o solo está seco. Adesão é a força entre partículas diferentes (solo com água), predominante quando o solo está molhado.
9.Quais são os três níveis de umidade usados para avaliar a consistência do solo e o que se observa em cada um?
Gabarito esperado:
Seco: observa-se a dureza do solo (coesão)
Úmido: analisa-se a friabilidade (facilidade de desagregação)
Molhado: verifica-se a plasticidade e a pegajosidade (adesão)
10.Como a estrutura do solo afeta a aeração e o crescimento das raízes?
Gabarito esperado: A estrutura determina a forma como as partículas se agrupam. Quando bem estruturado, o solo possui agregados que formam poros adequados para a entrada de ar, infiltração de água e crescimento livre das raízes.
REFERÊNCIAS: LIMA, Marcelo Ricardo de (ed.). Experimentos na educação em solos. 2020. Disponível em: Experimentos na educação em solos (ufpr.br) Acesso em: 28 set. 2024.